segunda-feira, 6 de julho de 2009

Matas legais

É coisa do passado, eu sei. Mas parece que quando se fala em desenvolvimento sustentável, infelizmente uma maioria arrebatadora enxerga esse conceito como vanguardista ou utópico. Por várias razões e interesses (muito deles obscuros), a consciência popular ainda não consegue ver a diferença entre crescimento e desenvolvimento. E a classe política apenas ajuda a confundir. É o caso do novo código ambiental catarinense, que dentre outros absurdos, promulgou a lei que permite a redução do corredor das matas ciliares de 30 metros para 5 metros (ou seja, uma árvore de largura) e a isenção do reflorestamento dos 20% da reserva legal num período de 20 anos (como está no Código Florestal Nacional, de 1965). Tudo isso com o pano de fundo da "necessidade" de desenvolvimento do estado. Balela e confusão. O setor de Papel e Celulose, agente do agribusiness através de plantios de monocultura de pinus e eucalipto, já sabem, depois de anos de estudo, que promover a biodiversidade é benéfico para seu negócio. A criação de RPPNs e APPs ajuda no controle de pragas, fator vivo nas monoculturas. Nada como deixar que a natureza dê uma mãozinha. Esses exemplos vêm ano a ano ganhando hectares em todas as corporações do setor da celulose brasileiro. Abaixo, um exemplo nesse sentido advindo do grupo Klabin. Serve para mostrar que político safado e burro, chega a dar um punhado suficiente pra mudar a lei. Talvez esteja na hora de prestarem atenção que eles estão ideológica e tecnologicamente afastando-se cada vez mais dos resultados do desenvolvimento. Se até a indústria já está percorrendo o caminho inverso, fica de novo a pergunta: quem é que eles estão representando?

Klabin comemora resultados do Matas Legais

09/07/2009 - O Programa Matas Legais, iniciativa da parceria entre a Klabin, maior produtora e exportadora de papéis do Brasil, e a ONG Apremavi (Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida), completa o primeiro ano de atividades no Paraná com importantes resultados para o meio ambiente. De seu lançamento, em junho de 2008, até maio deste ano, o Programa já distribuiu mais de 79 mil mudas de espécies nativas, quantidade suficiente para recuperar mais de 30 hectares de matas, e promoveu a demarcação de 188 hectares de Áreas de Preservação Permanente (APPs), uma das prioridades do Programa.As mudas de espécies nativas distribuídas a partir de setembro do ano passado foram plantadas em 212 propriedades rurais paranaenses após a etapa de estudo e mapeamento das áreas. As propriedades desta fase do Programa são localizadas nos municípios de Curiúva, Sapopema, São Jerônimo da Serra, Congonhinhas, Figueira e Ibaití. Também nos municípios de Reserva e Ventania algumas propriedades receberam projetos-pilotos especiais do Programa.Por meio do Programa Matas Legais, os pequenos e médios produtores rurais recebem a orientação para planejar suas propriedades em atendimento à legislação ambiental. Eles também aprendem a conciliar a formação de matas ciliares saudáveis e a recuperação de áreas degradadas com a prática de outras atividades agrícolas produtivas. Este modelo sustentável contribui para o equilíbrio do ecossistema local e para o aprimoramento das atividades de florestas plantadas. O objetivo é, nos próximos anos, estender as atividades do Matas Legais para os demais produtores rurais já integrantes do Programa de Fomento Florestal da Klabin no estado.A assistência técnica é realizada em campo pela equipe de profissionais da Apremavi. “Além dos benefícios ambientais, há aspectos econômicos e sociais de imensa relevância pois o Matas Legais permite geração de renda aos produtores e a preservação do meio ambiente”, enfatiza Miriam Prochnow, coordenadora de Políticas Públicas da Apremavi. “Os resultados demonstram que é possível colocar em prática a legislação ambiental aliada à sustenatbildiade”, finaliza. Miriam explica que muitos integrantes do Programa são de assentamentos, que passam a adotar um modelo sustentável. Um bom exemplo é a propriedade de Augustinho Fernandes Quevedo, no assentamento Paulo Freire, em São Jerônimo da Serra. “O Matas Legais é muito importante para que o agricultor possa ter fazer seu trabalho e ter sua renda de uma forma correta. Hoje, trabalho com leite, milho, soja, trigo e tenho 4,5 alqueires de florestas plantadas na minha propriedade”, diz. “E desde que entrei no Programa, plantei mais 400 mudas de espécies nativas. Se todos fizerem a sua parte, o meio ambiente é que sai ganhando”, completa.De acordo com Carlos Mendes, gerente de Pesquisa e Planejamento Florestal da Klabin, o programa também inclui ações de educação ambiental. “Trabalhar a consciência ecológica das comunidades é uma importante iniciativa para a conservação do patrimônio natural paranense, principalmente no longo prazo”, completa. O programa incentiva a preservação da Mata Atlântica e a introdução de espécies como araucária, imbuia, canela-preta, sassafrás, cedro, canjerana, ipê-amarelo, ipê-roxo, entre outras, sendo algumas delas ameçadas de extinção. “A recuperação das matas ciliares permite a formação dos corredores ecológicos de matas nativas, que, por sua vez, favorecem a manutenção e incremento da biodiversidade local”, explica.A iniciativa está em sintonia com a Política de Sustentabilidade da Klabin, pela qual a empresa se compromete a assegurar o abastecimento de madeira plantada para suas fábricas de forma sustentada, preservando os ecossistemas naturais associados. “A companhia aposta no Programa Matas Legais, em parceria com a Apremavi, e em seus benefícios para o meio ambiente e para as comunidades. Assim, trazemos o meio rural e suas comunidades para participar de nossa cadeia produtiva de forma sustentável”, finaliza Mendes. Celulose Online.

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