sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Inicio da Jornada

Nao gosto de aeroportos.
Ja tive tantas mas experiencias nestes centros logisticos de despacho de gentes e mercadorias, que sempre acredito que algo comigo vai falhar. Ja fiquei preso e tive que dormir nos bancos de Ezeiza, Buenos Aires; ja perdi um voo importante para o Mexico; um embarque para Atlanta por falta de visto, corridas freneticas para conexao em Miami, enfim, historias em demasia que me justificam definitivamente: Nao gosto de aeroportos.
Por toda esta complicada logistica, hoje sento na poltrona do meu voo, mas nao relaxo ate chegar ao meu destino. Ao passar pelo raio x, nao me permitiram embarcar com meu canivete e alicate de acampamento por tratar-se de arma branca. Tive de voltar correndo ao check-in e despachar a minha mochila às pressas, com os canivetes dentro. Embarquei encima do laço pensando: viver neste transito, correria, contra o tempo, nos faz caminhar a limites onde somos expostos a deixar emergir varios "defeitos" da nossa personalidade. Intolerancia, impaciencia, raiva, frustraçao, tristeza, e por ai vai, vem à tona como pelo simples fato da fila nao andar, ou pelo corredor do aviao estar parada por que algum espertinho guarde sua mega-mala no compartimento superior. E ai, nao tem como nao me perguntar se as conveniencias da cidadade grande valem mais na balança do que a tranquilidade de um lugar mais pacato. E pra confrontar coisas como estas estou indo pra onde vou.
Entao ca estou eu sentado na 19A do voo para Brasilia. É apenas a primeira perna do trecho CONGONHAS-BRASILIA-LISBOA-PAMPLONA. Entao, ainda tem chao, ou melhor, ar pela frente. O piloto nos diz que estamos numa fila de de seis avioes e que decolaremos em 15 minutos, Aproveito para tirar uma foto pela janelinha do aviao, pensando como voltarei em um mÊs e qual será o tamanho (ou nao) d meu choque ao retornar a esta megalopole. Gostaria de poder e tomar a decisao de me mandar desta encrenca.
Aproveitei o voo ate Brasili para finalmente decidir, onde começar o caminho?
A primeira analise: quantos dias efetivos tenho pra caminhar apesar de nao ser recomendavel planejar a a volta? Chegarei em Lisboa no dia 12, e em Pamplona no final do mesmo. Portanto, meu pé inicial para qquer lado é Pamplona, e a decisao de por onde começar, deve ter acesso des transporte facil e rapido desde la.
Começando por Somport (do romano Summulus Portus), teria que resolver 2 problemas. O primeiro, como me deslocar de Pamplona para là? Nem ideia. Mas mais importante: o caminho Aragones consumiria 32c etapas... tenho 31 dias disponiveis. Entao, Rio Aragao, nao sera desta vez.
A segunda opçao, o caminho frances partindo de pacata cidadezinha francesa na fronteira nos altos dos Pirineus, chamada Saint-Jean-Pied-de-Port... (continuo amanha, pois vao apagar as luzes do albergue)...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Superaguii... Um ano depois

Pois é meus queridos... um ano de ciclo se encerrou.. e que bom: estávamos todos presentes nas bodas de papel. Tenho certeza que todos curtiram, deram boas risadas, relaxaram os músculos, e mais importante, renovamos os votos de amor por mais um ano.

Pessoalmente, esta ida à ilha significa mais um marco nas mudanças que tem ocorrido na minha vida, e mais uma vez, venho com o peito já saudoso da brisa marítima de lá.
Todos os últimos dias tiveram seus porquês e ensinamentos tão evidentes, que não tenho como não sorrir com tudo isso.

Rever todos vcs lá apenas temperou meu peito para os novos desafios maiores que estão por vir. Embarco quinta-feira para Brasilia-Lisboa-Pamplona. Sábado começa a jornada. Tomei a decisão que começarei me curando da lesão na perna (doses cavalares de antinflamatório são permitidas nestes casos, obviamente) adquirida em mais um grande jogo de bets. Nestes 6 dias dedicados a Superagui, pedalei 172 Km, conheci a Praia Deserta até o fim, e conheci a deserta Superagui sem turistas também.
Vi a verdadeira face da comunidade de uma ilha, e quão difíceis continuam sendo as relações... algo mais pra se levar pra Espanha e digerir-se.

Mas ficam sempre as melhores partes, o deleite do "batataço" e o "bifásico" do Magal, que aliás foi a minha salvação nesses dias. Não poderia deixar de falar do grande encontro com o gauchão Altair, o qual estava comemorando suas bodas de papel com a patroa também, mas que com sua caridade, apenas mais uma vez me mostrou que a peregrinação já tinha começado.