domingo, 16 de setembro de 2007

As Melhores de Superagüi

(Galera, só pra avisar, onde tem palavras em marrom reforçado e sublinhado é porque tem link que abre o tema para o lado)
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Descendo a Serra do Mar pela rodovia BR-277, ou pela estrada de ferro Curitiba-Paranaguá, você irá deslumbrar cidades históricas, fandango paranaense, reservas ecológicas, praias e parques, tendo várias opções de passeios tanto em trilhas ecológicas como por mar, conhecendo várias ilhas e recantos pitorescos do nosso litoral.

Superagui é uma ilha artificial, cortada pelo canal do varadouro que foi aberto em 1953 e transformada em Parque Nacional em 1989, e em 1998 foi intitulada pela UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade.

Conta com uma ótima infra-estrutura de pousadas e seus moradores são hospitaleiros. A praia deserta, o passeio de barco pela baia , as trilhas e o fandango são algumas das atrações do Parque.

AS ORIGENS

As primeiras referências sobre o território que seria mais tarde o Paraná, acham-se no livro de Hans Staden que tendo arribado à baia de superagüi em navio espanhol, após violenta tempestade, encontrou ai, em 1549 alguns portugueses de São Vicente convivendo com os indígenas Tupinikin. Outra referência colhemos em Romário Martins que relata sobre a preação de índios iniciada em 1585 pelo Cap. Mor de São Vicente, Jerônimo Leitão. Da “bandeira” escravagista participou o escrivão da Câmara de São Paulo, Diogo de Unhate. Este, 29 anos mais tarde requereu a península de Superagüi, por Sesmaria em 1614, a mais antiga das Sesmarias em território paranaense. Porém, Unhate não se fixou em Superagüi. Em 1636 participava da fundação de São Sebastião.

Foram sem dúvidas aqueles traficantes com Tupinikin e os preadores de Carijó e mais a gente aventurosa das povoações do litoral paulista, os primeiros povoadores do nosso litoral. Gente, aliás, que adaptou-se aos costumes indígenas e às condições do meio-ambiente. Descendentes de castelhanos e portugueses, degredados ou egressos da civilização, foram se homiziando entre os índios, adotando o modo de vida dos nativos e se “asselvajando” quanto eles. Eis pois as origens do caiçara da região do Superagüi e de todo o litoral.

Os jesuítas, provavelmente a partir de 1699, possuíam no Superagüi os seus sítios de produção agro-pecuária.

Em 1727, no dia 16 de dezembro, a Câmara de Paranaguá manda tomar posse das terras do Varadouro Velho, onde foram medidas 300 braças de terras de rocio no porto de Superagüi, para a futura povoação e vila no interesse da defesa da costa. Mas ao que parece, tudo continuou no marasmo (*Era o PAC da época. Nota do Rambo)

Em 1852 estabelecia-se nesse mesmo território uma colônia particular composta de europeus de várias origens em que predominavam os suíços.

Em meados do século 19 a transformação da economia processa-se no sentido da lavoura latifundiária, do protecionismo industrial, da substituição do braço escravo pelo trabalhador livre. Mas a escravidão ainda existiu até 1888 fazendo concorrência à mão de obra assalariada dos imigrantes. Mesmo assim a imigração européia já era notável em 1840, no inicio do segundo reinado. Fundavam-se colônias de imigrantes por todo o sul do pais.

E antes mesmo da emancipação do Paraná, quando era ainda a 5ª Comarca, já se instalavam duas colônias particulares com europeus não ibéricos. A primeira, Colônia Theresa, em 1847 e a segunda, colônia de Superagüi, em 1852.

Texto extraído de: Leonidas Boutin: Superagui. 1983. Disponível na Biblioteca Pública de Curitiba.

A viagem começou no dia 7-09: acordei à meia noite pra fazer a mochila... estava ansioso já que fazia tempo que a Mont Blanc não subia nas costas. Joguei tudo encima da cama: podômetro, lanterna, leituras, saco de dormir e mil e outra bugi"ganga"s para o acampamento.
Saí dirigindo às 2:12 da manhã.
Muito transito na descida da serra de São Paulo. Algumas paradas pra cochilar e correndo contra o tempo: marcamos as 8:30 AM pois às 9:00 saía o barco (serááááá????).
Desci a Estrada da Graciosa Às 7:15 AM. Aproveitei pra tirar algumas fotos pois nunca tinha estado lá a esta hora tão sossegada. Fazia 9 C, e de cima da serra era possível ver um tapete de nuvens cobrindo o litoral. Achei que aquele sol bacana que estava batendo dissiparia o tapete de nuvens antes do meio dia: demorou só 2 dias pra isso acontecer.
Pois é, cheguei em Paranaguá antes de todos, chamei o dono do estacionamento em casa, e esperei os parceiros chegarem.
Fomos para o porto. Este seria o primeiro fim-de-semana depois de um finalmente inverno verdadeiro. A Globo anunciara 30 C no país todo e muito sol. Não por coincidência, todos deixaram as cidades próximas aos litorais e pra lá se dirigiram. Por conseqüência, ficamos sem o barco das 9:30.
Conversa pra lá, conversa pra cá, conseguimos um barco grande de um cara que não conhecia bem o caminho. Saímos às 10:30, o que foi lucro pois o próximo barco estava marcado para as 13:00, mas em compensação, o barqueiro demorou mais que o habitual pra chegar lá devido ao numero de voltas: 4 h de barco, ainda bem que ninguém enjoou.
As gurias traziam as caras da noite anterior de balada, mas mantivemos o pique e já começou a seção risadeira na primeira hora: FREEDOM!



(Kami em poucas das fotos que CONSEGUÍ tirar dela---->)












A vista de Paranagüá já na saída ao rio mostra os ares históricos que os portos carregam. Sua fachadas coloniais, seu ar antiqüo me deram vontade de explorá-la numa próxima volta. Mas agora, a cabeça e a máquina estava apenas registrando o ponto de partida da viagem que prometia. A expectativa era ver a natureza em sua exuberância, mais do que registros históricos.
Ao céu, só ratifiquei o tapete de nuvens que estava nos cobrindo: era o mesmo que ví de cima lá na Graciosa...














Como foram 4 h de barco, jogamos conversa fora, aproveitei pra tirar umas fotos, comer barrinhas de cereais, cerveja, etc. Quis de propósito tirar algumas fotos de um ecossistema que é simplesmente maravilhoso, por ser a interface doce-salgada no mar, em meio a mãe terra. Nomes como Paraty surgiram deste tão frágil e exuberante meio que é o mangue. Até a música foi inspirada neste através do saudoso Chico Science e seu mangue-beat...


(Conexão telepática---->)
















(<---Putz, pensando bem, consegui tirar 3 fotos da Kami já de cara...)

Lá pelas tantas, todos sofreram um "bode" tremendo e as meninas começara a se expremer nos bancos duros do barco pra dar uma cochilada. (Bruninha: Pensando, dormindo ou viajando, "pequena garotinha" ? --->)
A viagem começou a ficar cansativa, a fome lariquenta começou a despertar e por 4 vezes todos acreditaram que estávamos chegando, tanto é que a cada lugar que dizíamos "acho que chegamos!" eu coletava fotos... doce ilusão. Entre o 3o e 4o alarme, a Rena tomou a iniciativa de falar com o "capitão" da nau e perguntar: "Falta muito?", e a resposta de bate pronto nos deixou na dúvida se o cara estava falando sério ou se estava caçoando: "Nem idéia...!". As 4h de barco confirmaram: o cara tava perdido!

Ribeirinhos antes de aportarmos... Os povos ribeirinhos simbolizam gerações ancestrais dos primeiros povos sedentários que se instalaram às margens dos locais com água-caça-pesca...
































Céu nublado na chegada e a fome batendo. Fizemos um rango legal logo ao aportar no restaurante do Seu Nagibe, um nativo com cara (e nome) de turco e super prestativo. A comida nos 3 dias foi de "cagar o rato" de tão boa e caseira.
Pena que não tirei nenhuma foto do Camping do Pacheco, onde nos instalamos em 3 barracas + o colchão inflável Polishop do parça Sucra, que aliás insistia em dizer que estavamos instalados no Camping do Astolfo (!?!).




(<---"Nós estamos vivendo num Submarino Amarelo, Submarino Amarelo, Submarino Amarelo...)







Saímos pra fazer um reconhecimento depois de trocar umas idéias com o Marcos (xará) que é de CWB e conhece bem os encantos da ilha... mas no primeiro dia, depois do digestivo à noite o negócio foi capotar no colchão do Sucra... no dia seguinte, estava marcada a trilha para a "Praia Deserta".

(<---- Crianças, presença constante e sempre brincando, quando não estavam vendendo risoles, pastel ou sonho... a ilha é Antiláurica...)
Durante a noite, 90% passou frio devido ao despreparo juvenil para acampar, mas sobreviveram todos. Na outra noite, a precaução ganhou seu espaço: por sorte a solidariedade da Dna Maria (mulher do Pacheco) e do Marcos, cedeu sacos de dormir e cobertas para os mais despreparados... ainda bem que trouxemos repelentes, pois os bichos também são vorazes...



Pela manhã, protetor solar, equipamentos (super vara de pescar) e mochila de ataque... vamos pra Praia Deserta, 45 min em +- 4 Km de trilha.












Sol, pesca (de 1 baiacú), fogo, e volta... a natureza dá seu show nos pequenos detalhes...



















































(<--Conseguem ver o "Wally" escondido na foto? Clique encima pra ver...)











(Árvore de Natal----->)




















{De acordo com o programa "Rambo em: A Origem das Coisas, quartas 21:00", os portugueses provavelmente trouxeram árvores exóticas para a nativa ilha. Ao lado um belo exemplar da Terminalia catappa
, originária da Ásia e Madagáscar [falar nisso e abrindo colchetes , sabe o Desenhinho dos animais que fogem do Zoologico? (abra-se um parênteses, o problema é que a gente abre o assunto pro lado demais, a Rena e o Sucra querem contar todo o universo que cerca a história...)]}

































A pescaria do Cumpadi obviamente foi um show a parte... ainda bem que o Baiacú que ele pegou teve a chance de voltar pra casa e se encontrar com o Nemo...












































(Greenpeace--->)

















[<--- Sucra e seu primeiro peixe
(lembre-se, ele continua vivo)]

















Na volta, a turma se separa (chicrinhas dos entendedores) e eu e o parça almoçamos regiamente bem ao por do sol maneiro da ilha (com direito a salva de palmas dos espectadores e tudo...), trocando idéias com um povo que estava com o Marcos, basicamente sobre os problemas que afrontam os povos ribeirinhos de Guaraqueçaba e Superagui, pesca predatória, o sumiço dos peixes (depois me lembrei do vazamento da Petrobrás anos atrás, que acabou com a reserva...).


As gurias nesse momento estavam flutuando no nosso colchão Polishop, do lado de fora da barraca. O dia tinha sido cansativo após uma exaustiva disputa de "Champi-cross" com direito a túneis e saltos sobre graveto... isso lhes rendeu o direito de "reorganizar" a decoração da nossa tão equipada barraca (que por essa razão levou horas pra montar e desmontar). Quando chegamos, vimos que elas estavam centenas de metro mar adentro... (exagerei um pouquinho só, é claro, mas que a idéia foi discutida, foi...)





















Não me lembro se demos uma "dormidinha", mas fomos conferir pela segunda vez as batatas alucinógenas do maior pescador de tubarões da ilha e descobrimos que a receita era da Ana Maria Braga (ahá!). Durante o meio-período, perdí meu IPOD e câmera fotográfica várias vezes, o que já me deixava na nóia até que eu reencontrasse exatamente onde eu sempre falei que estava...Depois do digestivo, fomos pra um singelo lugar que eu entendia chamar-se "A Che Dove" e fiquei me perguntando que diabos queria dizer isso em italiano, mas ao me deparar com aquela casinha de madeira com ares de forró vi que na verdade tratava-se de AKDOV, o qual rapidamente me explicaram da genial criatividade, VODKA ao contrário.

(<-- O poder mental faz com que o copo se encaminhe de alguma maneira à sua mão) Cheio de nativos e turistas, o ponto alto é o Fandango... daria pra escrever um blog sobre isso, mas prefiro soltar o vídeo caseiro que fiz...
(Por wbquanto não consigo carregá-lo pois ele tem mais de 100 Mb, mas é um um grande documento sobre o Fandango... vou ver se libero no youtube e posto aqui o link..mudem as configurações de vídeo aumentando o brilho, pois ele tá escuro mesmo)
Aliás, era "o" contraste entre o nativo e mundo moderno: o som do fandango e a faixa "Akdov no Orkut"...
Essa foi a noite que na volta rimos muito, demais, até doerem as mandíbulas. Foi de cagar o rato de novo... também, a dose foi forte, não era pra qualquer "cussão" nem pra quem não agüenta muita luz, pois eles causam fungos em vc (foi o que concluímos através da mente científica de Sucrótes)
(<--- Essa sim é uma foto NORMAL da Kami Castaneda)

No ultimo dia, após varias revisões na agenda e hora de desmontar as barracas, rolou um supercampeonato de bets, com um empate em 1x1 (parciais de 15x0 para Sucra/Rena e 15x14 para Kami/Rambo). Rango, desfazer barracas, digestivo, barco, digestivo, cerveja, Juruna brigando com turistas, mas chegamos (uma pena minha máquina ter ficado no teto do barco, pois passamos por paisagens alucinantes)... todos cansados, cada um pro seu lado, mas com a sensação de uma missão cumprida, esperando pra ser revisitada...(Kami, se vc conseguir baixar as fotos da tua máquina que vc tirou do champi-cross (serááááá?) ou nesse dia antes dela travar com areia - sabe que aconteceu o mesmo com a minha?- me manda pra eu ilustrar o final já que eu não tirei nenhuma no último dia...)

See u next, alligator...


Rambo

Apresentação

Por sugestão do cumpadi Sucra, criei este blog. Inicialmente para repartir fotos de viagens com quem foi parceiro, mas quem sabe, encontro outro uso pra isso aqui!