quinta-feira, 29 de novembro de 2007

2ndo Planalto e os arquétipos simbólicos

Cajado
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Um cajado é uma vara de pastor, caracteristicamente tendo a extremidade superior recurvada em forma de gancho ou semicírculo para permitir puxar as pernas dos animais. Em algumas ocasiões, o cajado podia ser utilizado como arma.

Cetro
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Os cetros são distinções de mando sob forma de bastões curtos.

Os chefes de todas as nações cultas adotaram o cetro ao longo dos séculos como sinal de autoridade, fazendo-o consistir em uma vara ou bastão mais ou menos rico e adornado que poderia conter alguma figura simbólica. Os da Idade Antiga, ostentavam os deuses e imperadores tinham a forma de haste ou vara elevada. Os da Idade Média se apresentavam mais curtos e ricos e os da Idade Moderna eram mais pequenos e adornados.


CARL GUSTAV JUNG

Juventude

Os assuntos com que Jung ocupou-se surgiram em parte do seu fundo pessoal que é vividamente descrito em sua autobiografia, "Memórias, Sonhos, Reflexões" (1961). Ao longo de sua vida Jung experimentou sonhos periódicos e visões com notáveis características mitológicas e religiosas, os quais despertaram o seu interesse por mitos, sonhos e a psicologia da religião. Ao lado destas experiências, certos fenômenos parapsicológicos emergiam, sempre para lhe redobrar o espanto e o questionamento.

Por muitos anos Jung sentiu possuir duas personalidades separadas: um ego público, exterior, que era envolvido com seu mundo familiar, e um eu interno, secreto, que tinha uma proximidade especial para com Deus. Ele reconhecia ter herdado isso de sua mãe, que tinha a notável capacidade de "ver homens e coisas tais como são". A interação entre esses egos foi o tema central da sua vida pessoal e contribuiu mais tarde para a sua ênfase no esforço do indivíduo para integração e inteireza.

O pai, um reverendo, já deixou-lhe como herança uma fé cega que se mantinha a muito custo com o sacrifício da compreensão. A tarefa do filho seria responder a ele com uma fé renovada, baseada justamente no conhecimento tão rejeitado. Além disso, Jung viria a usar as escrituras como referência para a experiência interior de Deus, não como dogmas estáticos à espera de devoção muda, castradores do desenvolvimento pessoal. Ele lamentava que à religião faltasse o empirismo, que alimentaria a sede da personalidade n.º 1, e que às ciências naturais, que também tanto o fascinavam devido ao envolvimento com a realidade concreta, faltasse o significado, que saciaria a personalidade n.º 2. Os dois aspectos, religião e ciência, não se tocavam, daí sua constante insatisfação, devido ao desencontro das duas instâncias interiores. E foi dessa tentativa de saciar tanto um aspecto quanto ao outro, de fazer justiça ao seu ser como um todo, que decidiu formar-se em psiquiatria: "Lá estava o campo comum da experiência dos dados biológicos e dados espirituais, que até então eu buscara inutilmente. Tratava-se, enfim, do lugar em que o encontro da natureza e do espírito se torna realidade".

A psicologia analítica

Anterior mesmo ao período em que estavam juntos, Jung começou a desenvolver uma sistema teórico que chamou, originalmente, de "Psicologia dos Complexos", mais tarde chamando-a de "Psicologia Analítica", como resultado direto de seu contato prático com seus pacientes. O conceito de inconsciente já está bem sedimentado na sólida base psiquiátrica de Jung antes de seu contato pessoal com Freud, mas foi com Freud, real formulador do conceito em termos clínicos, que Jung pôde se basear para aprofundar seus próprios estudos. O contato entre os dois homens foi extremamente rico para ambos, durante o período de parceria entre eles. Aliás, foi Jung quem cunhou o termo e a noção básica de "complexo", que foi adotado por Freud.

Utilizando-se do conceito de "complexos" e do estudo dos sonhos e de desenhos, Jung passou a se dedicar profundamente aos meios pelos quais se expressa o inconsciente. Em sua teoria, enquanto o inconsciente pessoal consiste fundamentalmente de material reprimido e de complexos, o inconsciente coletivo é composto fundamentalmente de uma tendência para sensibilizar-se com certas imagens, ou melhor, símbolos que constelam sentimentos profundos de apelo universal, os arquétipos: da mesma forma que animais e homens parecem possuir atitudes inatas, chamadas de instintos ("fato" este negado por correntes de ciências humanas, como por exemplo em antropologia o culturalismo de Franz Boas ), também é provável que em nosso psiquismo exista um material psíquico com alguma analogia com os instintos.

[editar] Os tipos psicológicos

Jung sentia que a ênfase da psicanálise nos fatores eróticos era um ponto de vista unilateral, uma visão reducionista da motivação humana e do seu comportamento. Ele propôs que a motivação do homem fosse entendida em termos de uma energia de vida criativa geral - a libido - capaz de ser investida em direções diferentes, assumindo grande variedade de formas. A libido corresponderia ao conceito de energia adotado na Física, a qual pode ser interpretada em termos de calor, eletricidade, motricidade, etc. As duas direções principais da libido são conhecidas como extroversão (projetada no mundo exterior, nas outras pessoas e objetos) e introversão (dirigida para dentro do reino das imagens, das idéias, e do inconsciente). As pessoas em quem a primeira tendência direcional predomina são chamadas extrovertidas, e introvertidas aquelas em quem a segunda direção é mais forte.

A sua necessidade em criar uma tipologia psíquica decorreu da questão que nasceu em seu interior acerca de sua divergência com Freud e até com outros profissionais. Ele poderia, assim, ter perguntado: "Por que divirjo de Freud?". A resposta tomou forma na análise que fez das teorias psicológicas de seu mestre e de Adler, também um ex-discípulo de Freud. Para este as neuroses derivavam de problemas com os instintos, para o outro do próprio ego, no seu sentimento de superioridade ou inferioridade. Um, portanto, extrovertido, e o outro introvertido. Jung também propôs que se poderia agrupar as pessoas de acordo com o seu maior desenvolvimento em uma das quatro funções psicológicas: pensamento, sentimento, sensação, ou intuição. Transformações de libido de uma esfera de expressão para outra - por exemplo, de sexualidade para religião - são realizadas por símbolos que são gerados durante a mudança de personalidade.

[editar] A psique objetiva

Jung percebeu que a compreensão da criação de símbolos era crucial para o entendimento da natureza humana. Ele então explorou as correspondências entre os símbolos que surgem nas lutas da vida dos indivíduos e as imagens simbólicas religiosas subjacentes, sistemas mitológicos, e mágicos de muitas culturas e eras. Graças à forte impressão que lhe causou as muitas notáveis semelhanças dos símbolos, apesar de sua origem independente nas pessoas e nas culturas (muitos sonhos e desenhos de seus pacientes de variadas nacionalidades exprimiam temas mitológicos longínquos), foi que ele sugeriu a existência de duas camadas da psique inconsciente: a pessoal e a coletiva. O inconsciente pessoal inclui conteúdos mentais adquiridos durante a vida do indivíduo que foram esquecidos ou reprimidos, enquanto que o inconsciente coletivo é uma estrutura herdada comum a toda a humanidade composta dos arquétipos - predisposições inatas para experimentar e simbolizar situações humanas universais de diferentes maneiras. Há arquétipos que correspondem a várias situações, tais como as relações com os pais, o casamento, o nascimento dos filhos, o confronto com a morte. Uma elaboração altamente derivada destes arquétipos povoa todos os grandes sistemas mitológicos e religiosos do mundo.

Na qualidade de cientista altamente desapegado e desconfiado do favorecimento que se dá a certas verdades, para ele materialismo e ciência não eram sinônimos. O materialismo não passa o culto a um deus exteriormente concreto por meio da razão, um tipo de fé nos princípios limitadores das leis físicas. "A razão nos impõe limites muito estreitos e apenas nos convida a viver o conhecido". Para sermos realmente justos, convém recebermos igualmente os aspectos racionais e irracionais da vida.

Perto do fim da vida Jung também sugeriu que as camadas mais profundas do inconsciente independem das leis de espaço, tempo e causalidade, dando lugar aos fenômenos paranormais como a clarividência e a precognição. A estas correspondências entre acontecimentos interiores e exteriores, por meio de um significado comum, ele deu o nome de sincronicidade. Muitos fatos ocorridos enquanto tratava seus clientes o fizeram crer que os acontecimentos se dispunham "de tal modo, como se fossem o sonho de uma 'consciência maior e mais abrangente, por nós desconhecida'" (Obras Completas Vol. VIII, p. 450). Assim é o caso da paciente que apresentava uma forte resistência à terapia. A monotonia não escapava a nenhum dos dois. Até o dia em que ela lhe relata o sonho com um escaravelho dourado. Mal acabara de contar-lhe a trama quando ouvem uma batida na vidraça. Jung foi ver e era uma espécie de besouro de coloração dourada muito rara naquelas paragens. Daí para diante a análise deslanchou, ocasionando o renascimento daquela personalidade. Besouro e renascimento... um símbolo egípcio muito antigo...

[editar] Sincronicidade

Esse termo é uma tentativa de encontrar formas de explicação racional para fenômenos que a ciência de então não alcançava, tais como os referidos acima. Para uma abordagem sobre a construção do conceito veja-se Capriotti, Letícia. Jung e sincronicidade: a construção do conceito), e uma explanação sintética e didática de sincronicidade, veja-se Capriotti, Letícia. Jung e sincronicidade: o conceito e suas armadilhas.)

A construção do conceito de sincronicidade surgiu da leitura que Jung fez de um grande número de obras sobre alquimia e o pensamento renascentista. Jung chegou a possuir grande quantidade de textos alquímicos originais, que o levaram também a usar a expressão Unus Mundus em sua autobiografia, e a idéia de Anima Mundi.

Uma interessante análise da contribuição da psicologia profunda de Freud – Jung para a formação do pensamento ocidental, mostrando como Jung tinha preocupações epistemológicas rigorosas pode ser vista em Tarnas. Em função disso, tais fenômenos puderam ser examinados, mas apenas como algo psicológico, e não propriamente da natureza, resultando em algumas distorções interpretativas, em inúmeros sentidos.

A partir da contribuição de Jung, vários desenvolvimentos em diferentes áreas do conhecimento têm ampliado a compreensão da relação entre os processo psíquicos e o mundo exterior. O conceito de inconsciente coletivo encontra ecos na nova física de Bohm e Capra, nos campos morfogenéticos de Sheldrake, nas psicologia profunda e na ecopsicologia norte-americanas.

[editar] Imagens do inconsciente

No Brasil, Jung teve uma conhecida aluna, a Dra. Nise da Silveira, fundadora do Museu de Imagens do Inconsciente. Ela escreveu, dentre outros, o livro “Jung: vida e obra”, publicado em primeira edição em 1968.

[editar] Jung - Uma resposta ao nosso tempo

Na terapia junguiana, que explora extensivamente os sonhos e fantasias, um diálogo é estabelecido entre a mente consciente e os conteúdos do inconsciente. A doença psíquica é tida como uma conseqüência da separação rígida entre elas. Os pacientes são orientados a ficarem atentos aos significados pessoal e coletivo (arquétipo) inerente aos seus sintomas e dificuldades. Sob condições favoráveis eles poderão ingressar no processo de individuação: uma longa série de transformações psicológicas que culminam na integração de tendências e funções opostas, e na realização da totalidade. Jung trilhou a individuação, pois havia a necessidade imperiosa nele de ir ao inferno e voltar para poder mostrar o caminho da volta àqueles que ficaram perdidos pelo caminho da vida. Tornou-se ele uma resposta sincera e corajosa ao nosso tempo. "Sou eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo fornecer minha resposta; caso contrário, estarei reduzido à resposta que o mundo me der".

Ao longo da sua juventude interessou-se por filosofia e por literatura, especialmente pelas obras de Pitágoras, Empédocles, Heráclito, Platão, Kant e Goethe. Uma das suas maiores revelações seria a obra de Schopenhauer. Jung concordava com o irracionalismo que este autor concedia à natureza humana, embora discordasse das soluções por ele apresentadas. [1]

[editar] Primeiros estudos

Já estudante de medicina, decide dedicar-se à, então obscura, especialidade de psiquiatria, após a leitura ocasional de um livro do psiquiatra Kraff-Ebbing. Em 1900, Jung tornou-se interno na Clínica Psiquiátrica Burgholzli, em Zurique, então dirigida pelo psiquiatra Eugen Bleuler, famoso pela sua concepção de esquizofrenia.

Seguindo o seu treino prático na clínica, ele conduziu estudos com a associação de palavras. Já nessa época Jung propunha uma atitude humanista frente aos pacientes. O médico deveria "propor perguntas que digam respeito ao homem em sua totalidade e não limitar-se apenas aos sintomas". Desde cedo ele já adiantava a idéia do que hoje está ganhando força em todos os campos com o nome de "Holismo", o ponto de vista do homem integral. A seus olhos "diante do paciente só existe a compreensão individual". Por isso evitava generalizar um método, uma panacéia para um determinado tipo de anomalia psíquica. Cada encontro é único e, sendo assim, não pode incorrer em qualquer tipo de padronização.

[editar] Encontro com Sigmund Freud

Em 1902 deslocou-se a Paris onde estudou com Pierre Janet, regressando no ano seguinte ao hospital de Burgholzli onde assumiu um cargo de chefia e onde, em 1904, montou um laboratório experimental em que implementou o seu célebre teste de associação de palavras para o diagnóstico psiquiátrico. Neste interim, Jung entra em contato com as obras de Sigmund Freud (1856-1939). Jung viu em Freud um companheiro para desbravar os caminhos da mente. Enviou-lhe copias de seus trabalhos sobre a existência do inconsciente, confirmando concepções freudianas de recalque e repressão. Ambos encantaram-se um com o outro, principalmente porque os dois desenvolviam trabalhos inéditos em medicina e psiquiatria.

A partir de então Freud e Jung passaram a se corresponder (359 cartas que posteriormente foram publicadas entre 1906 a 1913). O primeiro encontro entre eles, em em 27 de fevereiro de 1907, transformou-se numa conversa que durou treze horas ininterruptas. Depois deste encontro estabeleceram uma amizade de aproximadamente sete anos, durante a qual trocavam informações sobre seus sonhos, análises, trocavam confidências, discutiam casos clínicos.

Porém, tamanha identidade de pensamentos e amizade não conseguia esconder algumas diferenças fundamentais. Jung jamais conseguiu aceitar a insistência de Freud de que as causas dos conflitos psíquicos sempre envolveriam algum trauma de natureza sexual, e Freud não admitia o interesse de Jung pelos fenômenos espirituais como fontes válidas de estudo em si. O rompimento entre eles foi inevitável. Seria nos anos 30 do século XX que esta divergência atingiria o auge. Se por um lado os livros de Freud eram proibidos e queimados publicamente pelos Nazistas, sendo Freud obrigado a deixar Viena pouco depois da anexação da Áustria, doente, nos seus 80 anos, para se dirigir ao exílio em Londres enquanto que quatro irmãs suas não foram autorizadas a deixar a Áustria, tendo perecido no Holocausto nos campos de concentração de Auschwitz e de Thereseinstadt, por seu lado Carl Jung tornar-se-ia neste mesmo período uma das faces mais visíveis da psiquiatria "alemã" da época.

[editar] Confronto com o inconsciente

Após a separação de Freud, Jung sentiu o chão desmoronar-se sob os pés. O sentido da sua vida ficou em primeiro plano. Seguiu-se uma série de sonhos e visões que forneceram material para o trabalho de toda uma vida. Dir-se-ia que se ele não houvesse se empenhado na integração de todo aquele material que jorrou qual lava derretida, teria fatalmente sucumbido a uma psicose. Mas algo nele o impelia a ir adiante na compreensão de tudo o que se originava naturalmente de seu inconsciente. Em suas palavras, "Os anos durante os quais me detive nessas imagens interiores constituíram a época mais importante da minha vida e neles todas as coisas essenciais se decidiram. (...) Toda a minha atividade ulterior consistiu em elaborar o que jorrava do inconsciente naqueles anos (...)".

Foi durante essa fase de confronto com o inconsciente que ele desenvolveu o que chamou de "imaginação ativa", um método de interação com o inconsciente onde este se investe espontaneamente de várias personificações (pessoas conhecidas e desconhecidas, animais, plantas, lugares, acontecimentos, etc.). Na imaginação ativa interagimos ativamente com elas, isto é, discordando, quando for o caso, opinando, questionando e até tomando providências com relação ao que é tratado, isso tudo pela imaginação. Ela difere da fantasia passiva porque nesta não atuamos no quadro mental, de forma a participarmos do drama vivenciado, mas apenas nos contentamos em assistir o desenrolar do roteiro desconhecido. Pela imaginação ativa existe não só a possibilidade de compreensão do inconsciente, mas também de interação com este, de forma que o transformamos e somos transformados no processo. Um personagem pode nos fazer entender falando explicitamente do motivo de, por exemplo, estarmos com insônia. Esse enfoque trata a psique como uma realidade em si, de forma tão literal interiormente, quanto uma maçã nos é real exteriormente, ao contrário de Freud que insistia em substituir uma determinada imagem por outra de cunho sexual.

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terça-feira, 20 de novembro de 2007

As Melhores de Tamanduá


Os Tropeiros

Por cerca de duzentos anos, do início do século XVIII ao início do século XX, a economia da região Sul e de São Paulo baseou-se no comércio levado em lombo de burro. As tropas saíam dos campos de Viamão (hoje na Grande Porto Alegre, RS), passavam pelos campos de Lages (SC), seguiam aos Campos Gerais, região de Castro (PR) e daí seguiam a Sorocaba (SP), para a grande feira de comercialização de charque, couro, mulas e artefatos para o transporte.

Este antigo trajeto está sendo revitalizado para o turismo por meio do "Caminho dos Tropeiros", que refaz o percurso pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. No trecho paulista, muitos municípios se formaram a partir dos pousos dessas tropas, sendo possível verificar a influência desse período na culinária, na língua e no artesanato. Esta jornada histórico-cultural unida aos belos cenários naturais da região, com destaque a cachoeiras, parques florestais, cavernas, montanhas, fazem deste circuito uma excelente opção para os turistas.

A historiografia oficial e os economistas definem o tropeirismo como um simples ciclo econômico. A partir dos anos de 1985 por iniciativa do Paraná junto com os demais estados protagonistas vem revertendo esse conceito para reconhecer ter sido fator relevante pela criação do Brasil meridional em território genuinamente (legitimamente castelhano).

No período colonial houveram no sul as incursões dos bandeirantes pela preação de índios e a busca pelo ouro, sem quaisquer animo de ocupação territorial. Ao contrário do tropeirismo que além de ampliar espaços ocupavam terras. O ciclo do açúcar no norte do Brasil caracterizava-se em uma descoberta do ouro nas Minas Gerais, provocou o êxodo de braços paulistas e cariocas ávidos na sua extração , mas trazendo graves reflexos na escassez de alimentos e necessidade de um meio de transporte. Matéria prima essa encontrada em abundância nos campos do sul gaúchos, uruguaios e argentinos. O colapso das minas do Peru deixou ao abandono grande quantidade de mulas nos criadouro do território de Missiones e também os primeiros aventureiros e ocupantes do sul trouxeram o gado vacum que vivendo abandonados transformaram-se na maior manada existente na América do sul totalmente selvagens. O comércio sistemático e continuando dessa animália permite estabelecer historicamente o ano de 1730 o inicio desse importante ciclo que saiu das praias de Ararangua galgava a impressionante escarpa Ausentes e Bom Jesus para infletir pelos campos de Lages e Curitibanos e direcionar para o norte até seu ponto final em Sorocaba, local escolhido para a comercialização dos animais e abastecer Minas, São Paulo e o vale do Paraíba. A marcha tropeira alcançava um máximo de jornada na extensão de quarenta quilômetros, o repetir ininterrupto desses pontos de pouso veio ser o embrião das futuras vilas, freguesias, cidades e hoje sedes municipais. O comércio intenso de animais no sentido sul-norte por duzentos anos veio assegurar ao Brasil esse imenso espaço geográfico quando da oportunidade da assinatura do tratado de paz com os espanhóis sob o nome de Ildefonso. Lembrando que pela linha de Tordesilhas acordado entre luso e castelhanos e que no sul passava na altura de Cananéia extendendo-se até Laguna significava que para o lado do poente tudo pertencia aos espanhóis.

A saga tropeira possibilitou esse avanço além de assegurar a unidade dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. A rota primitiva sofreu pequenas alterações ao abandonar Ararangua e principalmente Viamão bem próximo de Porto Alegre. No Paraná entrava por Rio Negro passando cronologicamente por Campo do Tenente, Lapa, Palmeira, Porto Amazonas, Campo Largo, Balsa Nova, Ponta Grossa, Carambeí, Castro, Tibagi, Telêmaco Borba, Pairaí do Sul, Jaguariaíva, Arapoti, e saindo para o Estado de São Paulo, através de Sengés.
Esse caminho pelos Campos Gerais, entre Campo Largo e a futura cidade de Palmeira-PR deixaria marcas na história que nos levam à freguesia de Tamanduá. Por aqui passaram as tropas e os assaltantes, a ferrovia, o clero. Da resultante necessidade de proteger os tropeiros dos assaltos crescentes, entra em figura o Capitão Tigre e sua esposa Dna Ana.

A Capela e sua história

Em meados do século XVIII, de acordo com o historiador David Carneiro, “quatro locais, nos Campos Gerais, depois de Curitiba, se equivaliam em importância: Lapa, São José dos Pinhais, Castro e Tamanduá”, da qual derivou o atual município de Palmeira. Naquela época, Tamanduá era uma vila em formação e suas origens remontam à primeira metade do século XVIII.
Já se constituíra em freguesia, possuía sua capela e eram inúmeras as famílias que lá moravam. Os carmelitas haviam construído um pequeno convento, a povoação contava com uma força de milícia e de vez em quando “assistia à partida de um grupo de aventureiros armados com o objetivo de conquistar e reconhecer o oeste misterioso”. Tamanduá foi desmembrada de Curitiba e elevada à condição de freguesia em 20 de março de 1813, por alvará do príncipe regente, e em 9 de maio daquele mesmo ano foram fixados os limites entre as duas paróquias. Em 1820, como os bens da freguesia já haviam sido entregues aos carmelitas (1818), foi concedida licença para a transferência da sede paroquial para Palmeira. Segundo documentação existente, em fins do século XVII (1697) D. Rodrigo de Castel Blanco chegou aos Campos Gerais de Curitiba à procura de ouro, e acampando nas proximidades do atual Campo Largo, mandou convocar todos os habitantes influentes das redondezas. Um dos mais poderosos que se apresentou foi Antônio Luiz Lamin, conhecido por Antônio Tigre, senhor de grandes extensões de terra que iam do segundo
planalto, onde Tamanduá se situa, até Curitiba. Os relevantes serviços por ele prestados a D. Rodrigo e sua influência entre os habitantes locais valeram-lhe os cargos de juiz vereador, procurador do Conselho dos Homens Bons e capitão de ordenanças em Curitiba, de 1700 e 1718.
A primeira capela de Tamanduá foi construída em pau-a-pique por padres carmelitas por volta de 1709, conforme vontade expressa pelo capitão Antônio Tigre, que não só doara meia légua de suas terras para aquele fim, como também mandara buscar em Portugal a imagem de Nossa Senhora da Conceição. Um neto de D. Antônia Goes, esposa de Matheus Leme - o capitão João de Carvalho Pinto -, legou a Antônio Tigre a imagem que pertencera à sua avó e por ela fora deixada em testamento a seu filho Matheus Leme, o moço, para que erguesse uma capela e nela a entronizasse. Antônio Tigre, em 1727, já bem avançado em anos, mandou erigir a atual capela, em alvenaria de pedra argamassada, cujas obras terminaram em 1730, ocasião em que foi feito o traslado da imagem, que se encontrava em Curitiba. Pouco antes de sua morte, Antônio Tigre, em testamento, legou à capela por ele construída “grandes datas de terra, muito gado e outro bens”. Em 1837, em 8 de dezembro, dia em que se celebrou o término das obras da igreja matriz, em Palmeira, a imagem foi para lá trasladada.

A Escarpa Devoniana

A formação das paisagens dos Campos Gerais começou há 600 milhões de anos, quando toda
a área ainda era um oceano. Nesta época, erupções vulcânicas e o deslocamento das placas
tectônicas mudaram completamente a geologia do local, formando cadeias montanhosas. Com
o passar dos 200 milhões de anos seguintes, com a ação das geleiras, dos ventos e da chuva,
formaram-se locais como Vila Velha, onde hoje está o Parque Estadual, há aprox. 100 km de
Curitiba.

A Escarpa Devoniana constitui notável feição geomorfológica que delimita a leste os Campos Gerais do Paraná (link Fig.1 do verbete "Campos Gerais do Paraná, Geomorfologia"). Ela tem início no vale do rio Iguaçu, no sul do estado, entre os municípios de Lapa e Campo Largo e estende-se para além do rio Itararé, já no estado de São Paulo, a norte, até as proximidades do município de Itapeva. Esta feição geomorfológica estende-se como uma faixa em forma de arco, com cerca de 260 quilômetros de extensão e desníveis altimétricos usualmente entre 100 e 200 metros, podendo atingir até cerca de 450 metros na região do Canyon do Guartelá (ver). A escarpa devoniana representa um verdadeiro degrau topográfico, com paredes abruptas e verticalizadas, que separa o Primeiro e o Segundo Planalto Paranaense (link Fig.2 do verbete "Campos Gerais do Paraná, Geomorfologia"). Este degrau é uma cuesta (ver), originada pela erosão que vem esculpindo o relevo e promovendo o aparecimento de feições tais como morros-testemunhos (ver), abrigos, "fendas" e pequenas cavernas que guardam vestígios arqueológicos. Outras feições encontradas ao longo da escarpa são os canyons dos rios Iapó, Pitangui, Itararé e Iguaçu quando estes, provindos do Primeiro Planalto e dirigindo-se ao Segundo Planalto, atravessam a escarpa em profundas gargantas esculpidas pela erosão. A Escarpa Devoniana tem este nome porque é sustentada pela Formação Furnas (ver), de idade devoniana. Entretanto, a idade da feição geomorfológica é muito mais nova que a idade da rocha que a sustenta, admitindo-se que a escarpa seja cenozóica (menos de 65 milhões de anos). A denominação "Escarpa Devoniana" já é consagrada, mas seria mais correto utilizar-se "Escarpa do Arenito Devoniano". (Isonel Sandino Meneguzzo e Mário Sérgio de Melo).

O que são ARENITOS

Rocha sedimentar detrítica (transporte e acumulação mecânica dos componentes), resultante da consolidação de grãos de areia (fragmentos de rochas e minerais entre 0,062 e 2,00 mm). Pode apresentar matriz (partículas menores, de silte e argila) e um cimento natural qualquer precipitado quimicamente (óxidos de ferro, carbonatos, sílica), os quais colaboram na coesão da rocha. Os arenitos podem ter diversas cores, sendo as mais comuns cinza, amarela ou vermelha, que refletem a natureza dos grãos, cimento e matriz. Os grãos que formam os arenitos são geralmente do mineral quartzo, podendo, contudo, ser de qualquer outro mineral (principalmente o feldspato) ou fragmento lítico (de rocha), uma vez que tenham as dimensões dos grãos de areia. Nos arenitos observa-se com freqüência uma nítida estrutura sedimentar marcada pela sucessão de lâminas e estratos com variações na granulação, cor, composição, etc., que refletem mudanças nos fatores controladores do processo de sedimentação que deu origem à rocha sedimentar. Na região dos Campos Gerais o arenito é o tipo de rocha predominante na Formação Furnas, e nas subdivisões do Grupo Itararé denominadas Arenito Vila Velha e Arenito Lapa . Os arenitos podem ser explorados para a produção de blocos de rocha utilizados em pisos e revestimentos, como acontece na cidade de Lapa. Quando incoesos, podem tornar-se importantes fontes de material arenoso, utilizado para diversos fins (construção civil, fundição, vidros). (Heracto Kuzycz Assunção e Mário Sérgio de Melo).
O Arenito VILA VELHA, unidade estratigráfica (subdivisão do Grupo Itararé) que abrange as rochas sedimentares que sustentam as esculturas naturais de Vila Velha. Esta unidade, definida por MAACK (1946), relaciona-se geneticamente com o Arenito Lapa, sendo ambas do Carbonífero Superior (cerca de 300 milhões de anos). Admite-se que os Arenitos Lapa e Vila Velha foram formados pela combinação de processos glaciais continentais, geradores de grande volume de sedimentos, e marinhos costeiros, que transportaram os sedimentos até seu destino final (FRANÇA et al. 1996, CANUTO et al. 1997). O Arenito Vila Velha é constituído essencialmente por grãos de quartzo, recobertos por fina película de óxidos de ferro, que cimenta os grãos entre si, e confere a coloração avermelhada que é uma característica deste arenito. Fragmentos de argila ocorrem ocasionalmente, assim como grânulos e seixos. Estruturas sedimentares, como estratificação e acamamento, são incipientes no Arenito Vila Velha. Ao contrário, faixas coloridas rosadas e amarelas paralelas a fraturas preenchidas com óxidos de ferro e manganês resultam em marcante pseudo-estratificação (MELO et al. 1996), que constitui feição muito apreciada pelos visitantes. (Mário Sérgio de Melo)

http://www.cimentoitambe.com.br/download/guia_balsanova.pdf

Os Cogumelos

Os cogumelos são fungos conhecidos desde a antiguidade quando o homem já os utilizava como um alimento de elevado valor nutritivo e terapêutico. No entanto, na natureza, existem centenas de espécies diferentes de cogumelos, sendo que alguns são venenosos, outros alucinógenos e também aqueles que possuem propriedades medicinais curativas e até afrodisíacas (MELITO, 1999).
O cogumelo nada mais é que o corpo de frutificação de alguns fungos. Antigamente achava-se que os fungos fizessem parte do grupo dos vegetais, mas nos dias atuais não são considerados nem como plantas nem como animais por possuírem diferenças fisiológicas e químicas. Constituem na verdade, um grupo de seres à parte, com alguns caracteres intermediários entre uns e outros.
São caracterizados por não sintetizarem clorofila, não possuírem celulose na sua parede celular (exceto alguns fungos aquáticos) e não armazenam amido como substância de reserva. São constituídos por uma série de filamentos, denominados hifas, que em seu conjunto formam o micélio. Para se alimentarem, dependem de matéria orgânica já pronta que é absorvida pelas hifas (ESPÉCIE, 2005)
Os fungos são organismos da natureza que exercem um papel importante no ciclo do carbono, pois na maioria das vezes participam de uma etapa da decomposição da matéria orgânica. O cogumelo é a estrutura que alguns tipos de fungos utilizam para realizar a reprodução, ou seja, o cogumelo é o “fruto” do fungo e é nele que se encontra as “sementes” dos fungos, também conhecida como esporos. A idéia que se tem é que os cogumelos possuem substâncias
tóxicas letais ou alucinógenas. Mas estatisticamente, isso não se justifica, pois a maioria dos cogumelos não são tão perigosos assim, muito pelo contrário.
Acredita-se que, haja mais de 200.000 espécies de fungos. E alguns deles são apreciadíssimos na culinária devido ao sabor, pela versatilidade em combinar com diversos pratos ( Shiitake, Champignon de Paris, Shimeji e etc. ) e outras vezes pela sofisticação como é o caso caríssima trufa. Todas as espécies de fungos tem na sua parede celular essa substância, entretanto, as análises feitas com o cogumelo Agaricus tem demonstrado que ele possui um tipo específico de
polissacarídeo altamente efetivo e em concentração bem mais elevadas que qualquer outra espécie já estudada (AGARICUS, 2005).
Durante muito tempo os fungos foram considerados plantas, mas atualmente sabe-se que eles são tão diferentes das plantas como dos animais, merecendo, por isso, o seu próprio reino – Reino Fungi. Os fungos são um importante grupo de organismos, conhecendo-se mais de 77000 espécies, a maioria das quais terrestres. Pensa-se que deverão existir tantas espécies de
fungos como de plantas, mas a maioria não terá sido ainda descrita. A origem destes organismos não é bem conhecida, assumindo-se que existem ancestrais do tipo protista, embora atualmente estes não sejam reconhecíveis. Os primeiros fungos devem ter sido eucariontes unicelulares, que terão originado organismos cenocíticos (com numerosos núcleos) (REINO FUNGI, 2005).
O fóssil mais antigo de um organismo semelhante a um fungo data de á 900 M.A. mas apenas há 500 M.A. se pode identificar com toda a certeza um fungo no registro fóssil. Os fungos, tal como as bactérias e alguns protistas, são os decompositores da biosfera, sendo a sua função tão primordial como a dos produtores. A decomposição liberta dióxido de carbono para a atmosfera, bem compostos azotados ao solo, onde podem ser novamente utilizados pelas plantas
e, eventualmente, pelos animais.Estima-se que os 20 cm superiores do solo fértil contêm mais de 5 toneladas de fungos e bactérias, por hectare. Existem mesmo cerca de 500 espécies de fungos marinhos, onde realizam a mesma função que os seus congéneres terrestres (REINO FUNGI, 2005).

O uso de cogumelos ficou famoso no México, onde desde antes de Cristo já era usado pelos nativos daquela região. Ainda hoje, sabe-se que o "cogumelo sagrado" é usado por alguns pajés. Ele recebe o nome científico Psylocybe mexicana e dele pode ser extraído uma substância de poderosa ação alucinógena: a psilocibina. No Brasil ocorrem pelo menos duas espécies de cogumelos alucinógenos, um deles é o Psylocibe cubensis e o outro é espécie do gênero Paneoulus.

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Bom acho que tá tudo bem introduzido... então, de resto vou soltar os slideshows que fiz com tesão!

Esse é o trailer oficial dos 2 primeiros feriados...



Esse é o trailer 2... mais imagens e a galera do acampamento de cima: Os Magos!


e o trailer 3 (que na verdade foi o primeiro), com poucas imagens mas talvez o mais divertido...