segunda-feira, 15 de junho de 2009

Nosso Planeta, Nossa Casa...

Sou obrigado a postar sobre este documentário. Dentre as toneladas de informações que leio por semana de assuntos pertinentes ao ambiente, este documentário, filmado totalmente em alta definição (HD) numa sequência de tomadas aéreas de 54 países e 120 locais, e produzido por Jean Luc Besson e Denis Carot, essa desnorteou, ou melhor, norteou pra onde devem continuar os esforços. "Home, Nosso Planeta, Nossa Casa" é o exemplo clássico de "uma fotografia valem mil palavras". No caso do documentário de aproximadamente 98 minutos de duração, deixa-nos sem palavras. Primeiramente pela magnífica fotografia de Yann Arthus-Bertrand, com 500 horas de filmagem através de 217 dias em 18 meses. Segundo pela maravilhosa trilha sonora de Armand Amar, que por si só, é atriz coadjuvante da narração.Terceiro, por que é mais um soco no estômago sobre a verdade do efeito antrópico sobre nossa nave, Gaia. Depois de uma sequência hollywodiana, onde Al Gore alertou, através de "Uma Verdade Inconveniente", Wall-e (Pixar) nos emocionou em seu filme homônimo e "Terra" da Disney nos mostrou, essa produção francesa é realmente deslumbrante, e ao mesmo tempo, frustrante. O filme traz mais méritos ainda. Foi lançado simultaneamente em 87 países, com catraca livre nos cinemas ou apresentações gratuitas fora das salinhas. Foi o caso das lojas FNAC no Brasil, um dos apoiadores da produção. Além disso, países como Portugal tiveram sua transmissão em canal aberto. Mas a maneira mais democrática de distribuição torna o filme um marco: a disponibilização do documentário em 14 línguas no YOUTUBE, em alta definição. Eu mesmo o assisti 2 vezes assim. Pena que ainda não consegui manter a alta definição ao baixá-lo para meu IPOD. Sim, porque esse é mais um daqueles filmes para se assistir na casa do Romuliche, noite de sábado, depois do truco. Não vejo a hora do DVD sair por aqui. O filme teve estardalhaço de estréia no dia 5 de Junho. Não poderia ser outra data a não ser essa: dia mundial do meio-ambiente. E nós no Brasil não poderíamos assiti-lo num momento mais propício, quando ainda sofremos a ressaca da MP 458 aprovada no senado pela liderança da bancada ruralista, diria que essa sim foi diferente do documentário de Yann Arthus-Bertrand. Este último, um soco no estômago, a MP, um chute mais embaixo. Depois do filme, não posso dizer que me desanimei, mas quase, pois após encher nossos olhos com o desastre que a humanidade tem se esforçado em kilojoules pra estruturar, Yann apela para a união e que não há mais tempo para o pessimismo. E nisso concordo, espaço para o pessimismo havia antes de dar-nos conta da necessidade de reinvenção de nossa civilização. Agora, é tudo ou nada, mesmo tendo a bancada ruralista, a industria elétrica, o lobby dos transportes, o Ministro Lobão Termoelétrico, todos juntos jogando no outro time. Já não importa quem vai ganhar... importa em que time você quer jogar. Todos já estamos perdendo.

http://www.youtube.com/watch?v=tCVqx2b-c7U

Cabe também deixar algumas estatísticas muito ilustrativas, pontos nos quais servem de boas causas pra quem quer se engajar:

20% da população mundial consome 80% dos recursos do planeta
GEO4, UNEP (Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente) 2007

O mundo gasta doze vezes mais em armas do que em ajuda de desenvolvimento de países
SIPRI Yearbook, 2008 (Instituto Internacional de Pesquisa em Paz de Estocolmo) OECD, 2008 (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)

5.000 pessoas morrem todos dias por beber água poluída. Um bilhão de seres humanos não têm acesso à água de beber salutar
UNDP, 2006 (Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas)

1 bilhão de pessoas passam fome
FAO, 2008 (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação)

Mais de 50% do grão comercializado ao redor do mundo é usado para ração animal ou biocombustíveis.
Worldwatch Institute, 2007 FAO, 2008

40% da terra cultivável é degradada
UNEP (Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente), ISRIC World Soil Information

A cada ano, 13 milhões de hectares de florestas desaparecem
FAO, 2005

1 mamífero em 4, 1 pássaro em 8, 1 anfíbio em 3 estão ameaçados de extinção. As espécies estão desaparecendo mil vezes mais rápido do que o ritmo natural de extinção
IUCN, 2008 (União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais) XVI Congresso Internacional de Botânica, Saint-Louis, USA, 1999

75% dos produtos da indústria pesqueira estão extintos, esgotados ou em risco de extinção.
Fonte ONU

A temperatura média dos últimos 15 anos tem sido a mais alta desde o início de seu registro
NASA GISS data http://data.giss.nasa.gov/gistemp/graphs/Fig.A.txt http://data.giss.nasa.gov/gistemp/graphs/Fig.A2.txt

A calota polar perdeu 40% de sua espessura em 40 anos
NSIDC, National Snow and Ice Data Center (Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo), 2004

Poderá haver 200 milhões de refugiados do clima em 2050
The Stern Review: the Economics of Climate Change Part II, Cap. 3, pág. 77
http://www.hm-treasury.gov.uk/d/Part_II_Introduction_group.pdf


2 comentários:

Rômulo disse...

Ué? Sem o buf-buf?

Os Incansáveis disse...

Assisti ontem ao documentário. Gostei, mas me lembrou um pouco Koyaanisqatsi, um filme dirigido por Godfrey Reggio em 1982, com música de Philip Glass. Koyaanisqatsi é só imagens e música e mostra natureza x cidades. Já naquela época, o diretor queria mostrar a desordem urbana e a desarmonia com a natureza. Postei sobre esse filme lá no meu blog em 16/09/2008.
Pena que Home é um pouco longo e acho que nem todo mundo terá paciência para ver até o fim.
Denise