A viagem já começou...

Caro compadre...

Não vou em busca de esperança... pois basicamente, já sou otimista, lembra? Vou em busca do prumo. E pensei que 30 dias caminhando com apenas duas ou três mudas de roupa, sem minhas bat-utilidades, jejuando alguns dias, sim podem me trazer uma nova luz sobre as coisas. Creio que uma forçada jornada de desapego podem me trazer uma alegria que a tempos não vejo, ou que se a vejo, tem sido evanescente como a névoa matutina. Algo que me incomoda tem que sair do meu coração, um peso que tenho carregado disfarçadamente entre uma gargalhada e outra. Pretendo depois desta viagem, retomar o gosto esquecido pela leitura, pela vontade de continuar conhecendo, pesquisando, cutucando minha curiosidade. E simboliza sim uma nova etapa. Quero deixar velhos sentimentos na estrada romana que já levou a um necrotério outrora.
Quanto à compania, eu a aceito sim, mas acho que esta seria de muito maior valia em um momento de exaltação, e para isso sim poderíamos divertir-nos pelo velho mundo.
Meu ancião progenitor me colocou a mesma questão: porque conhecer apenas um pequeno pedaço, já estando lá? E minha resposta foi que o resto gostaria de repartir com um parceiro(a) pois tenho certeza que meus olhos não conseguiriam neste momento permanecerem sorridentes ao ver as belezas histórica a sós: neste momento, meu coração apenas se sentiria mais só. Uma jornada de peregrinação real tem sacrifícios, objetivos, um destino para receber o novo homem, e o mais importante, o próprio caminho.
Vou sem expectativas, vou pra esvaziar coração e mente. Vou peregrinar como se fazia a 1200 anos atrás. Vou camelar. E depois disso, estarei pronto pra jogar um truco.
Não tenho como negar: no meu coração, a viagem já começou...