terça-feira, 20 de novembro de 2007

As Melhores de Tamanduá


Os Tropeiros

Por cerca de duzentos anos, do início do século XVIII ao início do século XX, a economia da região Sul e de São Paulo baseou-se no comércio levado em lombo de burro. As tropas saíam dos campos de Viamão (hoje na Grande Porto Alegre, RS), passavam pelos campos de Lages (SC), seguiam aos Campos Gerais, região de Castro (PR) e daí seguiam a Sorocaba (SP), para a grande feira de comercialização de charque, couro, mulas e artefatos para o transporte.

Este antigo trajeto está sendo revitalizado para o turismo por meio do "Caminho dos Tropeiros", que refaz o percurso pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. No trecho paulista, muitos municípios se formaram a partir dos pousos dessas tropas, sendo possível verificar a influência desse período na culinária, na língua e no artesanato. Esta jornada histórico-cultural unida aos belos cenários naturais da região, com destaque a cachoeiras, parques florestais, cavernas, montanhas, fazem deste circuito uma excelente opção para os turistas.

A historiografia oficial e os economistas definem o tropeirismo como um simples ciclo econômico. A partir dos anos de 1985 por iniciativa do Paraná junto com os demais estados protagonistas vem revertendo esse conceito para reconhecer ter sido fator relevante pela criação do Brasil meridional em território genuinamente (legitimamente castelhano).

No período colonial houveram no sul as incursões dos bandeirantes pela preação de índios e a busca pelo ouro, sem quaisquer animo de ocupação territorial. Ao contrário do tropeirismo que além de ampliar espaços ocupavam terras. O ciclo do açúcar no norte do Brasil caracterizava-se em uma descoberta do ouro nas Minas Gerais, provocou o êxodo de braços paulistas e cariocas ávidos na sua extração , mas trazendo graves reflexos na escassez de alimentos e necessidade de um meio de transporte. Matéria prima essa encontrada em abundância nos campos do sul gaúchos, uruguaios e argentinos. O colapso das minas do Peru deixou ao abandono grande quantidade de mulas nos criadouro do território de Missiones e também os primeiros aventureiros e ocupantes do sul trouxeram o gado vacum que vivendo abandonados transformaram-se na maior manada existente na América do sul totalmente selvagens. O comércio sistemático e continuando dessa animália permite estabelecer historicamente o ano de 1730 o inicio desse importante ciclo que saiu das praias de Ararangua galgava a impressionante escarpa Ausentes e Bom Jesus para infletir pelos campos de Lages e Curitibanos e direcionar para o norte até seu ponto final em Sorocaba, local escolhido para a comercialização dos animais e abastecer Minas, São Paulo e o vale do Paraíba. A marcha tropeira alcançava um máximo de jornada na extensão de quarenta quilômetros, o repetir ininterrupto desses pontos de pouso veio ser o embrião das futuras vilas, freguesias, cidades e hoje sedes municipais. O comércio intenso de animais no sentido sul-norte por duzentos anos veio assegurar ao Brasil esse imenso espaço geográfico quando da oportunidade da assinatura do tratado de paz com os espanhóis sob o nome de Ildefonso. Lembrando que pela linha de Tordesilhas acordado entre luso e castelhanos e que no sul passava na altura de Cananéia extendendo-se até Laguna significava que para o lado do poente tudo pertencia aos espanhóis.

A saga tropeira possibilitou esse avanço além de assegurar a unidade dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. A rota primitiva sofreu pequenas alterações ao abandonar Ararangua e principalmente Viamão bem próximo de Porto Alegre. No Paraná entrava por Rio Negro passando cronologicamente por Campo do Tenente, Lapa, Palmeira, Porto Amazonas, Campo Largo, Balsa Nova, Ponta Grossa, Carambeí, Castro, Tibagi, Telêmaco Borba, Pairaí do Sul, Jaguariaíva, Arapoti, e saindo para o Estado de São Paulo, através de Sengés.
Esse caminho pelos Campos Gerais, entre Campo Largo e a futura cidade de Palmeira-PR deixaria marcas na história que nos levam à freguesia de Tamanduá. Por aqui passaram as tropas e os assaltantes, a ferrovia, o clero. Da resultante necessidade de proteger os tropeiros dos assaltos crescentes, entra em figura o Capitão Tigre e sua esposa Dna Ana.

A Capela e sua história

Em meados do século XVIII, de acordo com o historiador David Carneiro, “quatro locais, nos Campos Gerais, depois de Curitiba, se equivaliam em importância: Lapa, São José dos Pinhais, Castro e Tamanduá”, da qual derivou o atual município de Palmeira. Naquela época, Tamanduá era uma vila em formação e suas origens remontam à primeira metade do século XVIII.
Já se constituíra em freguesia, possuía sua capela e eram inúmeras as famílias que lá moravam. Os carmelitas haviam construído um pequeno convento, a povoação contava com uma força de milícia e de vez em quando “assistia à partida de um grupo de aventureiros armados com o objetivo de conquistar e reconhecer o oeste misterioso”. Tamanduá foi desmembrada de Curitiba e elevada à condição de freguesia em 20 de março de 1813, por alvará do príncipe regente, e em 9 de maio daquele mesmo ano foram fixados os limites entre as duas paróquias. Em 1820, como os bens da freguesia já haviam sido entregues aos carmelitas (1818), foi concedida licença para a transferência da sede paroquial para Palmeira. Segundo documentação existente, em fins do século XVII (1697) D. Rodrigo de Castel Blanco chegou aos Campos Gerais de Curitiba à procura de ouro, e acampando nas proximidades do atual Campo Largo, mandou convocar todos os habitantes influentes das redondezas. Um dos mais poderosos que se apresentou foi Antônio Luiz Lamin, conhecido por Antônio Tigre, senhor de grandes extensões de terra que iam do segundo
planalto, onde Tamanduá se situa, até Curitiba. Os relevantes serviços por ele prestados a D. Rodrigo e sua influência entre os habitantes locais valeram-lhe os cargos de juiz vereador, procurador do Conselho dos Homens Bons e capitão de ordenanças em Curitiba, de 1700 e 1718.
A primeira capela de Tamanduá foi construída em pau-a-pique por padres carmelitas por volta de 1709, conforme vontade expressa pelo capitão Antônio Tigre, que não só doara meia légua de suas terras para aquele fim, como também mandara buscar em Portugal a imagem de Nossa Senhora da Conceição. Um neto de D. Antônia Goes, esposa de Matheus Leme - o capitão João de Carvalho Pinto -, legou a Antônio Tigre a imagem que pertencera à sua avó e por ela fora deixada em testamento a seu filho Matheus Leme, o moço, para que erguesse uma capela e nela a entronizasse. Antônio Tigre, em 1727, já bem avançado em anos, mandou erigir a atual capela, em alvenaria de pedra argamassada, cujas obras terminaram em 1730, ocasião em que foi feito o traslado da imagem, que se encontrava em Curitiba. Pouco antes de sua morte, Antônio Tigre, em testamento, legou à capela por ele construída “grandes datas de terra, muito gado e outro bens”. Em 1837, em 8 de dezembro, dia em que se celebrou o término das obras da igreja matriz, em Palmeira, a imagem foi para lá trasladada.

A Escarpa Devoniana

A formação das paisagens dos Campos Gerais começou há 600 milhões de anos, quando toda
a área ainda era um oceano. Nesta época, erupções vulcânicas e o deslocamento das placas
tectônicas mudaram completamente a geologia do local, formando cadeias montanhosas. Com
o passar dos 200 milhões de anos seguintes, com a ação das geleiras, dos ventos e da chuva,
formaram-se locais como Vila Velha, onde hoje está o Parque Estadual, há aprox. 100 km de
Curitiba.

A Escarpa Devoniana constitui notável feição geomorfológica que delimita a leste os Campos Gerais do Paraná (link Fig.1 do verbete "Campos Gerais do Paraná, Geomorfologia"). Ela tem início no vale do rio Iguaçu, no sul do estado, entre os municípios de Lapa e Campo Largo e estende-se para além do rio Itararé, já no estado de São Paulo, a norte, até as proximidades do município de Itapeva. Esta feição geomorfológica estende-se como uma faixa em forma de arco, com cerca de 260 quilômetros de extensão e desníveis altimétricos usualmente entre 100 e 200 metros, podendo atingir até cerca de 450 metros na região do Canyon do Guartelá (ver). A escarpa devoniana representa um verdadeiro degrau topográfico, com paredes abruptas e verticalizadas, que separa o Primeiro e o Segundo Planalto Paranaense (link Fig.2 do verbete "Campos Gerais do Paraná, Geomorfologia"). Este degrau é uma cuesta (ver), originada pela erosão que vem esculpindo o relevo e promovendo o aparecimento de feições tais como morros-testemunhos (ver), abrigos, "fendas" e pequenas cavernas que guardam vestígios arqueológicos. Outras feições encontradas ao longo da escarpa são os canyons dos rios Iapó, Pitangui, Itararé e Iguaçu quando estes, provindos do Primeiro Planalto e dirigindo-se ao Segundo Planalto, atravessam a escarpa em profundas gargantas esculpidas pela erosão. A Escarpa Devoniana tem este nome porque é sustentada pela Formação Furnas (ver), de idade devoniana. Entretanto, a idade da feição geomorfológica é muito mais nova que a idade da rocha que a sustenta, admitindo-se que a escarpa seja cenozóica (menos de 65 milhões de anos). A denominação "Escarpa Devoniana" já é consagrada, mas seria mais correto utilizar-se "Escarpa do Arenito Devoniano". (Isonel Sandino Meneguzzo e Mário Sérgio de Melo).

O que são ARENITOS

Rocha sedimentar detrítica (transporte e acumulação mecânica dos componentes), resultante da consolidação de grãos de areia (fragmentos de rochas e minerais entre 0,062 e 2,00 mm). Pode apresentar matriz (partículas menores, de silte e argila) e um cimento natural qualquer precipitado quimicamente (óxidos de ferro, carbonatos, sílica), os quais colaboram na coesão da rocha. Os arenitos podem ter diversas cores, sendo as mais comuns cinza, amarela ou vermelha, que refletem a natureza dos grãos, cimento e matriz. Os grãos que formam os arenitos são geralmente do mineral quartzo, podendo, contudo, ser de qualquer outro mineral (principalmente o feldspato) ou fragmento lítico (de rocha), uma vez que tenham as dimensões dos grãos de areia. Nos arenitos observa-se com freqüência uma nítida estrutura sedimentar marcada pela sucessão de lâminas e estratos com variações na granulação, cor, composição, etc., que refletem mudanças nos fatores controladores do processo de sedimentação que deu origem à rocha sedimentar. Na região dos Campos Gerais o arenito é o tipo de rocha predominante na Formação Furnas, e nas subdivisões do Grupo Itararé denominadas Arenito Vila Velha e Arenito Lapa . Os arenitos podem ser explorados para a produção de blocos de rocha utilizados em pisos e revestimentos, como acontece na cidade de Lapa. Quando incoesos, podem tornar-se importantes fontes de material arenoso, utilizado para diversos fins (construção civil, fundição, vidros). (Heracto Kuzycz Assunção e Mário Sérgio de Melo).
O Arenito VILA VELHA, unidade estratigráfica (subdivisão do Grupo Itararé) que abrange as rochas sedimentares que sustentam as esculturas naturais de Vila Velha. Esta unidade, definida por MAACK (1946), relaciona-se geneticamente com o Arenito Lapa, sendo ambas do Carbonífero Superior (cerca de 300 milhões de anos). Admite-se que os Arenitos Lapa e Vila Velha foram formados pela combinação de processos glaciais continentais, geradores de grande volume de sedimentos, e marinhos costeiros, que transportaram os sedimentos até seu destino final (FRANÇA et al. 1996, CANUTO et al. 1997). O Arenito Vila Velha é constituído essencialmente por grãos de quartzo, recobertos por fina película de óxidos de ferro, que cimenta os grãos entre si, e confere a coloração avermelhada que é uma característica deste arenito. Fragmentos de argila ocorrem ocasionalmente, assim como grânulos e seixos. Estruturas sedimentares, como estratificação e acamamento, são incipientes no Arenito Vila Velha. Ao contrário, faixas coloridas rosadas e amarelas paralelas a fraturas preenchidas com óxidos de ferro e manganês resultam em marcante pseudo-estratificação (MELO et al. 1996), que constitui feição muito apreciada pelos visitantes. (Mário Sérgio de Melo)

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Os Cogumelos

Os cogumelos são fungos conhecidos desde a antiguidade quando o homem já os utilizava como um alimento de elevado valor nutritivo e terapêutico. No entanto, na natureza, existem centenas de espécies diferentes de cogumelos, sendo que alguns são venenosos, outros alucinógenos e também aqueles que possuem propriedades medicinais curativas e até afrodisíacas (MELITO, 1999).
O cogumelo nada mais é que o corpo de frutificação de alguns fungos. Antigamente achava-se que os fungos fizessem parte do grupo dos vegetais, mas nos dias atuais não são considerados nem como plantas nem como animais por possuírem diferenças fisiológicas e químicas. Constituem na verdade, um grupo de seres à parte, com alguns caracteres intermediários entre uns e outros.
São caracterizados por não sintetizarem clorofila, não possuírem celulose na sua parede celular (exceto alguns fungos aquáticos) e não armazenam amido como substância de reserva. São constituídos por uma série de filamentos, denominados hifas, que em seu conjunto formam o micélio. Para se alimentarem, dependem de matéria orgânica já pronta que é absorvida pelas hifas (ESPÉCIE, 2005)
Os fungos são organismos da natureza que exercem um papel importante no ciclo do carbono, pois na maioria das vezes participam de uma etapa da decomposição da matéria orgânica. O cogumelo é a estrutura que alguns tipos de fungos utilizam para realizar a reprodução, ou seja, o cogumelo é o “fruto” do fungo e é nele que se encontra as “sementes” dos fungos, também conhecida como esporos. A idéia que se tem é que os cogumelos possuem substâncias
tóxicas letais ou alucinógenas. Mas estatisticamente, isso não se justifica, pois a maioria dos cogumelos não são tão perigosos assim, muito pelo contrário.
Acredita-se que, haja mais de 200.000 espécies de fungos. E alguns deles são apreciadíssimos na culinária devido ao sabor, pela versatilidade em combinar com diversos pratos ( Shiitake, Champignon de Paris, Shimeji e etc. ) e outras vezes pela sofisticação como é o caso caríssima trufa. Todas as espécies de fungos tem na sua parede celular essa substância, entretanto, as análises feitas com o cogumelo Agaricus tem demonstrado que ele possui um tipo específico de
polissacarídeo altamente efetivo e em concentração bem mais elevadas que qualquer outra espécie já estudada (AGARICUS, 2005).
Durante muito tempo os fungos foram considerados plantas, mas atualmente sabe-se que eles são tão diferentes das plantas como dos animais, merecendo, por isso, o seu próprio reino – Reino Fungi. Os fungos são um importante grupo de organismos, conhecendo-se mais de 77000 espécies, a maioria das quais terrestres. Pensa-se que deverão existir tantas espécies de
fungos como de plantas, mas a maioria não terá sido ainda descrita. A origem destes organismos não é bem conhecida, assumindo-se que existem ancestrais do tipo protista, embora atualmente estes não sejam reconhecíveis. Os primeiros fungos devem ter sido eucariontes unicelulares, que terão originado organismos cenocíticos (com numerosos núcleos) (REINO FUNGI, 2005).
O fóssil mais antigo de um organismo semelhante a um fungo data de á 900 M.A. mas apenas há 500 M.A. se pode identificar com toda a certeza um fungo no registro fóssil. Os fungos, tal como as bactérias e alguns protistas, são os decompositores da biosfera, sendo a sua função tão primordial como a dos produtores. A decomposição liberta dióxido de carbono para a atmosfera, bem compostos azotados ao solo, onde podem ser novamente utilizados pelas plantas
e, eventualmente, pelos animais.Estima-se que os 20 cm superiores do solo fértil contêm mais de 5 toneladas de fungos e bactérias, por hectare. Existem mesmo cerca de 500 espécies de fungos marinhos, onde realizam a mesma função que os seus congéneres terrestres (REINO FUNGI, 2005).

O uso de cogumelos ficou famoso no México, onde desde antes de Cristo já era usado pelos nativos daquela região. Ainda hoje, sabe-se que o "cogumelo sagrado" é usado por alguns pajés. Ele recebe o nome científico Psylocybe mexicana e dele pode ser extraído uma substância de poderosa ação alucinógena: a psilocibina. No Brasil ocorrem pelo menos duas espécies de cogumelos alucinógenos, um deles é o Psylocibe cubensis e o outro é espécie do gênero Paneoulus.

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Bom acho que tá tudo bem introduzido... então, de resto vou soltar os slideshows que fiz com tesão!

Esse é o trailer oficial dos 2 primeiros feriados...



Esse é o trailer 2... mais imagens e a galera do acampamento de cima: Os Magos!


e o trailer 3 (que na verdade foi o primeiro), com poucas imagens mas talvez o mais divertido...


Um comentário:

Anônimo disse...

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